sábado, 4 de agosto de 2012


Por do Sol no Rio de Janeiro - SunSet in Rio de Janeiro

PÔR-DO-SOL

O sol está se pondo
em lágrimas douradas que se derramam
por sobre os montes.
Deixa que se vá, com a tristeza desse poente,
tudo que nos crucia, agora,
nesse desamor que nos separa
dos dias de ontem,
quando parecíamos almas gêmeas!
Deixa que morram como os raios desse pôr-do-sol
as indiferenças que nos envolvem!
Amanhã, será outro alvorecer, com certeza.
E aquele afeto, ilimitado,
que removia rios e montanhas,
que nos enchia de tanta fé,
Quem sabe, o alvorecer, amanhã, nos traga de volta, pelo menos,
a lembrança daquele primeiro beijo que te dei,
correspondido com tanto amor?








                        O TEMPO



O TEMPO URGE IMPLACAVELMENTE
E A GENTE NÃO SE APERCEBE
QUE A VIDA VAI SE ESVAINDO
COMO A FUMAÇA DENSA
QUE SAI DE CHAMINÉ
E LOGO SE DESFAZ NO AR...
TUDO CAMINHA PARA A INCERTEZA
DOS MOMENTOS QUE RESTAM.
A ESTRADA JÁ NÃO SE PERDE NO HORIZONTE.
ABREVIA-SE A CADA PASSO DO NOSSO CAMINHAR.


O TREM SE APROXIMA DA ÚLTIMA ESTAÇÃO,
ENQUANTO A PAISAGEM JÁ NÃO É A MESMA,
PORQUE OS CAMPOS JÁ NÃO SÃO FLORIDOS.
E OS ABUTRES SOBREVOAM OS NOSSOS DIAS E O AMANHÃ INCOGNOSCÍVEL,
PORQUE OS HOMENS ESTÃO ALHEIOS AOS APELOS DE PAZ
PELOS QUADRANTES DO PLANETA.


E SEGUEM SE DIGLADIANDO
EM CONTENDAS IRRACIONAIS
FERINDO DE MORTE O AMOR,
QUE RESTAVA NO SEU SENTIMENTO,
PREFERINDO A DOR, A ANGÚSTIA E A MORTE
DO SEU PRÓXIMO, IMPIEDOSAMENTE.
ADUBAM A TERRA DE SANGUE PARA PLANTAR O ÓDIO,
TORNANDO O AMANHECER, QUE PODIA SER DE
UM SOL BRILHANTE, ILUMINANDO SORRISOS,
EM UM VALE DE LÁGRIMAS.
O TEMPO URGE IMPLACAVELMENTE
LEVANDO VIDAS COM O SOPRO MORTAL DAS VENTANIAS MARCIAIS...!






quinta-feira, 2 de agosto de 2012



TANTAS MÃOS

Duas, dez, cem, milhares...
São tantas mãos
Enchendo as ruas. Ruas tão cheias
De mãos; mãos que vão, mãos que vêm
Em busca de mãos
Que ajudam, que socorrem,
Que afagam, também.
Mãos que vão, mãos que vêm,
Fugindo de mãos que roubam, que ferem,
que
asfixiam, que matam impiedosamente!
- Por favor! Aquece as minhas mãos
De tantas dessas mãos tão frias!