segunda-feira, 14 de janeiro de 2013





CANÇÃO DA LUA

A noite chegou,
Escurecendo ainda mais
A minha solidão
Deitando-se sobre o mar
que acordou
E se espraiou nervoso molhando os meus pés frios,
Antes tão quentes pisando o chão que pisávamos juntos.
Ouço agora, só, a canção da lua,
A canção que era dela, que era nossa,
Que me traz recordações infindas
Que se debruçam sobre mim
Como o mar desta noite se lança na praia deserta.
Recordo o passado, neste presente, que está distante,
Ao som mavioso da canção da lua.
Lembro-me da sua voz, agora em mundos distantes,
Cantando dentro de mim:
Lua, luar, quantos peixes tem no mar...?
Quando deixarei de cantar
Para que os meus dias sejam também termináveis,
Sem ela, sem lua e sem mar?
Mas fico a cantar
Lua, luar, quantos peixes tem no mar...?
Escutando o invisível da sua voz
Repetindo comigo
Lua, luar, quantos peixes tem no mar...?