quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O RIO DE JANEIRO ESTÁ DE LUTO

O Estado do Rio de Janeiro está de luto. A tragédia por que está passando, deveria ficar de luto, pelo menos, por um ano. E o governador Sérgio Cabral, se agir dentro dos preceitos cristãos, com urbanidade, considerando a miséria, a dor e a infelicidade de tantas pessoas de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Itaipava e adjacências, deveria decretar a não realização do Carnaval da Marquês de Sapucaí, solicitando às Escolas de Samba a doarem os seus gastos (inúteis) às vítimas desta catástrofe, nunca acontecida desse tamanho, naquelas cidades serranas do Rio.
Atualmente, a meu ver, o Carnaval transformou-se numa alegria exacerbada, numa euforia fora dos limites, envolvendo a orgia, a luxúria, com mulheres seminuas, insinuantes, ao som de batuques estridentes, levantando a multidão, quase em descontrole emocional, como tomada pelo “ópio” da sensualidade. Isso é o Carnaval dos nossos tempos, tão diferente daqueles dos anos 30, 40 e 50, quando Arlequim, Pierrot e colombinas faziam a graça e a alegria dos carnavais daquelas épocas. E é nessa festa, de agora, numa demonstração de poderio e riqueza das conhecidas Escolas de Samba, que o carioca, mais uma vez, vai se exibir no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, alheio (será, meu Deus?) à morte de quase 600 pessoas, enlutando outra cifra bem maior de familiares, nessa catástrofe sem precedentes naquela região, que, em anos passados, já sofreu outras enchentes, mas não nestas proporções.
Aquelas cidades precisam se reconstruir. A presidente Dilma já externou a sua vontade política de socorrer aquela gente que está mergulhada na mais desgraçada das misérias. O governador Sérgio Cabral, por seu lado, também vai adotar plano de salvação daquelas tão belas cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro, restando-lhe, como cristão, decretar a suspensão do Carnaval, que, este ano, acontece em 8 (oito) de março. Os cariocas, principalmente, e os brasileiros de um modo geral, têm que prestar solidariedade ao povo fluminense neste momento de angústia, esquecendo, este ano, as “loucuras” do Reinado de Momo.
Paulo de Góes Andrade - jAN/2011

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